segunda-feira, dezembro 31, 2012

Feliz Ano Novo


Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.

FELIZ 2013, com ESPERANÇA RENOVADA e RUMO CERTO.

O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.

sexta-feira, outubro 26, 2012

O artigo de FHC e as eleições 2012 – 2°parte



A polarização PT x PSDB marcou os últimos 16 anos o processo eleitoral brasileiro. O PT, com o discurso da herança maldita dos tucanos, construiu alianças e acumulou vitorias eleitorais que deram novo contorno ao quadro partidário no país.
Pelos dados publicados pelo ESTADÃO*, o PSDB, ainda que eleja todos seus candidatos no 2°turno das eleições de 2012, já sairá menor do que entrou. Com 791 prefeituras em 2008, elegerá  no máximo 709.   Confirmado o resultado de SP favorável ao PT a derrota ganhara mais peso, maior simbolismo diante da tática moralista dos tucanos, explicitada “brilhantemente” por FHC em seu artigo. Se a pretensão era manter a polarização com PT nacionalmente e principalmente na capital de SP, o tiro pode ter saído pela culatra. Está polarização pode não se reproduzir em 2014, porém muita agua vai passar por baixo dessa ponte. Os tucanos ainda não enxergaram que esta tática ajuda mais ao PT do que a oposição. Em SP é mais fácil derrotar o PSDB no 2°turno do que o PRB e o PT enxergou isso.  
O DEM não precisa ser analisado com profundidade, os números falam por si. De 496 prefeituras conquistadas em 2008, só elegera 276 em 2012, no máximo. Outros partidos da oposição de direita também reduziram o numero de prefeituras em 2012.
A novidade da eleição é o crescimento do PT, PSB e PCdoB, principalmente do PSB. Continua...

*http://estadaodados.com/html/eleicoes2012/#titulo

segunda-feira, setembro 10, 2012

O artigo de FHC e as eleições 2012 - 1°Parte


Fiquei refletindo sobre o artigo de FHC, atacando a herança do governo LULA, publicado no jornal O Globo e no Estadão, semana passada, e sobre a resposta da Presidente Dilma. Minha indagação do por que FHC teria assumido tal papel, começou a encontrar respostas não no artigo em si, mas na tentativa de interpretação do texto, examinar melhor sobre as entrelinhas e  o sentido geral do fato.
Observando o quadro das eleições nas capitais, em particular de São Paulo, é fácil perceber porque FHC entrou na disputa aumentando o grau de ataque ao PT.
Em SP, o crescimento de Russomanno (PRB), o crescimento de Haddad  (PT) e a queda de Serra(PSDB) apontam uma tendência dos TUCANOS estarem fora do 2°turno, ou seja, fora da disputa da principal capital do país. Outra observação interessante é o quadro das disputas nas outras capitais. Onde o PSDB disputa para ganhar?
A politica nacional, nos últimos 18 anos, esteve marcada pela polarização tucanos x petistas. As eleições municipais de 2012 começam a desenhar um novo quadro politico, uma nova polarização.
Uma vez se confirmando as tendências das pesquisas no dia 07 de outubro, a polarização não será mais com o PSDB e sim com os partidos da base de sustentação.
Ainda que PSDB e DEM elejam prefeituras pelo país, a derrota nos principais centros políticos cria as condições para construção de outro eixo de polarização. Pela esquerda o crescimento do PSB, do PCdoB e do PDT, não incomodará apenas a direita, mas também ao próprio PT. A polarização PSDB x PT interessa aos tucanos, assim como interessa também ao PT. Continua...

domingo, setembro 09, 2012

Na capital tem peso 2

Está outra matéria publicada no portal do PCdoB, recentemente, é bastante ilustrativa para o Estado do Rio de Janeiro que pode ter um resultado expressivo no geral, mas ficar a desejar na capital. Não podemos nos bastar com um único vereador, seja quem for. Nosso objetivo deve ser continuar pela busca da ampliação da bancada, nossa chapa tem condições para isso. Nesta reta final a autofagia não vai ajudar ao partido. Recomendo, pelo menos, essa parte extraída do texto original.  

"...Em todo o país, a projeção do Partido é a eleição de mil vereadores. Nas capitais, a perspectiva é que os candidatos comunistas conquistem até 50 mandatos. O dirigente afirma que o objetivo da legenda é eleger no mínimo um vereador em cada capital. O número pode chegar a quatro em cidades como Salvador (BA), Fortaleza (CE), São Luís (MA), Recife (PE), Porto Alegre (RS) e São Paulo (SP). “As capitais têm uma importância particular pelo papel que jogam na política local. Isso aumenta a capacidade do PCdoB nesses grandes polos políticos.”

Walter faz um apelo para a importância do momento e atual e conclama o coletivo partidário – dirigentes, militantes e candidatos – a participarem ativamente do processo eleitoral em curso. “Esses trinta dias de campanha é que definem esse futuro porque o povo ainda não está suficientemente concentrado nas eleições de vereadores. Esse esforço é basicamente de mobilizar a militância e os apoiadores para que desenvolvam um amplo trabalho de corpo a corpo em torno dos votos dos vereadores. Nada substitui o trabalho militante e o PCdoB é uma força combativa, unida e presente nos movimentos sociais.”..." 

PCdoB vê perspectivas favoráveis nas eleições em capitais - PCdoB. O Partido do socialismo.

PCdoB vê perspectivas favoráveis nas eleições em capitais - PCdoB. O Partido do socialismo.
Essa matéria tb me chamou a atenção.

Metas do PCdoB para 2012


terça-feira, março 27, 2012

Educação para uma nova sociedade


Educação para uma nova sociedade*

23 de março de 2012 às 11:02
Da implantação da República, em 1889, até a Constituição Federal, em 1988, o avanço da escola pública no Brasil não foi contínuo, pois esteve marcado pelo fardo da escravidão e pelos traços de uma sociedade patrimonialista. Assim, em quase cem anos de República, a educação permaneceu prisioneira das condições de produção e reprodução do subdesenvolvimento nacional.Até a década de 1940, por exemplo, as possibilidades de inclusão dos filhos de negros na escola pública eram quase nulas, tanto assim que a parcela significativa dos analfabetos do país do início do século XXI possui mais de 55 anos de idade e não são brancos. Ao mesmo tempo, a apropriação patrimonialista do Estado por estritos segmentos sociais transformou a boa escola pública em quase exclusividade de reprodução de uma elite branca, sem conceder possibilidades para a universalização do acesso a toda população.Com a aprovação da Constituição Federal após a transição da ditadura militar (1964 – 1985) para o atual regime democrático, a educação pública ganhou relevância. Mas isso se deu associado à necessária garantia de recursos orçamentários, o que permitiu rapidamente ao país alcançar a universalização do acesso ao ensino fundamental.Neste novo contexto constitucional de estruturação do Estado de bem-estar social no Brasil, assistiu-se ao avanço da cobertura social para praticamente todos os segmentos vulneráveis da população, como crianças e adolescentes (Estatuto da Criança e Adolescente – ECA), idosos e portadores de necessidades especiais (reconfiguração do sistema de aposentarias e pensão), pobres (programas de transferências de renda, como o Bolsa Família), desempregados (seguro desemprego), entre outros. Com isso, os indicadores sociais passaram a apontar melhoras inegáveis, não obstante os enormes constrangimentos impostos pelo predomínio das políticas neoliberais desde o final da década de 1980.Os avanços sociais não foram, contudo, plenos. O segmento juvenil, por exemplo, permaneceu à margem, sendo somente mais tardiamente objeto de maior intervenção de políticas públicas. Mesmo assim, de forma parcial e incompleta, a começar pelo programa Agente Jovem do final dos anos 1990, passando pelo fracasso do programa Primeiro Emprego do início da década de 2000, até chegar ao mais estruturado programa governamental Pró-Jovem.Tendo em vista o enorme desafio atual de conceder maior atenção à problemática da inclusão juvenil no Brasil, torna-se fundamental a temática educacional, especialmente aquela atinente às condicionalidades que afetam a trajetória das condições de vida do segmento social de 16 aos 24 anos de idade. Inicialmente, percebe-se que, dos 29,3 milhões de jovens na faixa de 16 a 24 anos de idade, somente 32,4% mantinham-se afastados do mercado de trabalho no ano de 2008. Deste universo de 9,5 milhões de jovens inativos, 59% somente estudavam, enquanto 41% não estudavam, não trabalhavam e nem procuravam trabalho (3,9 milhões).A maior parte dos jovens de 16 a 24 anos encontrava-se ativa no interior do mercado de trabalho (19,7 milhões), sendo 16,7 milhões ocupados e 3 milhões na condição desempregados (15,2%). Dos que trabalhavam, somente 31,7% estudavam (5,3 milhões), indicando que a maior parte que se encontra ocupado não consegue estudar (11,4 milhões). No caso dos desempregados, 40% frequentavam escola (1,2 milhão) e 60% não estudavam (1,8 milhão).Resumidamente, constata-se que, da população de 16 a 24 anos de idade, somente 11,8 milhões (40,2%) estudavam em 2008. Deste universo, 47,5% (5,6 milhões) não trabalhavam nem procuravam trabalho (inativos), 44,9% (5,3 milhões) estavam ocupados e 10,2% (1,2 milhão), desempregados. Em relação aos jovens que não frequentavam escola (17,5 milhões), 65,1% trabalhavam (11,4 milhões), 22,2% não trabalhavam e nem procuravam trabalho (3,9 milhões) e 10,3% estavam desempregados (1,8 milhão). Para os 29,3 milhões de jovens na faixa de 16 a 24 anos de idade, a renda média familiar per capita era de R$ 512,70 ao mês em 2008.Mas para os jovens inativos que só estudavam, a renda média familiar per capita era de R$ 633,20 ao mês (23,5% superior à renda média). Já para os jovens inativos que não estudavam, a renda média familiar per capita era de somente R$ 309,60 ao mês em 2008 (39,6% inferior à renda média). No caso dos jovens ocupados que estudavam a renda média familiar per capita era de R$ 648,70 ao mês em 2008 (26,5% superior à renda média). Os jovens ocupados que não estudavam registraram renda média familiar per capita era de R$ 492,20 ao mês em 2008 (4% inferior à renda média).Por fim, entre os jovens desempregados que estudavam a renda média familiar per capita era de R$ 486,80 ao mês em 2008 (5,1% inferior à renda média), enquanto para os jovens desempregados que não estudavam a renda média familiar per capita era de R$ 320,20 ao mês em 2008 (37,6% inferior à renda média). Neste quadro, parece não haver dúvidas que a trajetória educacional do segmento de 16 a 24 anos de idade encontra-se diretamente vinculada ao nível de renda.Quanto menor a renda per capita familiar, maior a dificuldade de continuar ativo na educação. Não obstante os avanços necessários em termos de universalização do acesso educacional relativo ao ensino médio e superior, bem como a elevação da qualidade do ensino, há o tema estruturante da desigualdade de renda. Sem resolver isso, os discursos em favor da educação podem continuar sendo apenas retórica, sem efetividade para a totalidade dos jovens brasileiros.
*Artigo de Marcio Pochmann