Antes de qualquer adjetivação ou
carimbo nas manifestações é importante conhecer seu perfil. Pesquisa* realizada
pela Comunicação Interativa e Plus Marketing, pode nos dar informações iniciais
para alguns ensaios mais consistentes sobre as manifestações que ocorrem em
nosso país. Vamos aos números.
A média de idade foi de 28 anos.
Este cidadão ou cidadã em 1992, no Impeachment do Collor, tinha sete (7) anos
de idade. Quando Lula foi eleito pela primeira vez, em 2002, este mesmo cidadão
ou cidadã tinha dezessete (17) anos. Supondo que estes jovens tenham se
alistado eleitoralmente aos dezesseis anos, é possível começar a construir uma
primeira hipótese para reflexão. Esta geração não viveu as grandes mobilizações
da década de 80 e 90, ou seja, não viu e nem participou da luta contra a
ditadura, não viu nem participou das manifestações pelas Diretas já, não viu
nem participou das mobilizações da Constituinte de 1988, não viu nem participou
das mobilizações da primeira eleição livre e direta de 1989, não viu e nem
participou das lutas contra as privatizações. Esta geração começou a ter
contato com as ebulições da sociedade brasileira no final do segundo mandato de
FHC e a primeira eleição de Lula.
Cabe ressaltar desde Já a questão
da média de idade, quanto mais baixa for, mais distante fica essa geração dos
episódios indicados. Estes, só tiveram contato pelos livros escolares.
A primeira eleição de Lula trazia
a carga das lutas pela redemocratização e a bandeira da ética na política. A
geração que hoje toma as ruas inicia o exercício de sua cidadania neste
momento.
Outra caraterística importante
foi o instrumento de circulação da informação e de mobilização. Oitenta por
cento (80%) soube da manifestação pelas redes sociais na internet, desses,
noventa por cento (90%) se informou sobre a passeata no Facebook.
Nas bandeiras que surgiram a
divisão ficou assim: 34,8% Passe Livre, 21,8% contra corrupção, 18,4% melhorias
na educação, 16,6% melhorias na saúde e 8,4% contra a PEC 33 e 37.
Não sou responsável pelos
resultados da pesquisa e também não conheço as metodologias utilizadas, mas
como eu estive presente nas manifestações avalio que os números não estão muito
longe da realidade. Não estou publicando uma analise completa nem muito menos
concluída, apenas primeiras impressões.
Vem mais por ai: O que esta em
jogo?, Reforma política: Qual e como?, Vandalismo, Democratização dos Meios de
Comunicação, Disputa pelos rumos do movimento, movimento tradicional x
movimento horizontal, entre outros assuntos instigantes. Vamos às ruas.
*pesquisa realizada na
manifestação de 20 de junho de 2013 no Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro, 27 de junho de
2013