quinta-feira, novembro 20, 2014

Programa Cabeça Pra Cima Igreja, Estado e Sociedade 4

Participei deste programa representando o Sindicato dos Sociólogos do Estado do Rio de Janeiro. Está dividido em 4 blocos.

Programa Cabeça Pra Cima Igreja, Estado e Sociedade 3

Participei deste programa representando o Sindicato dos Sociólogos do Estado do Rio de Janeiro. Está dividido em 4 blocos.

Programa Cabeça Pra Cima Igreja, Estado e Sociedade 2

Participei deste programa representando o Sindicato dos Sociólogos do Estado do Rio de Janeiro. Está dividido em 4 blocos.

Programa Cabeça Pra Cima Igreja, Estado e Sociedade.

Participei deste programa representando o Sindicato dos Sociólogos do Estado do Rio de Janeiro. Está dividido em 4 blocos.

segunda-feira, agosto 25, 2014

QUAL O SENTIDO da MUDANÇA? 2°parte

No início de mês de agosto escrevi a primeira parte deste artigo, QUAL o SENTIDO da MUDANÇA? No intervalo entre o anterior e este, dois fatos novos ocorreram.
O primeiro, imponderável, foi o falecimento de Eduardo Campos e a obvia substituição por Marina Silva para disputa presidencial. A consequência foi à rápida ascensão do PSB, que estava na terceira posição, distante do PSDB (segundo colocado), para empate técnico, provocando uma mudança no estável quadro de polarização PT x PSDB.
O segundo fato, foi o início da campanha na televisão e no rádio. As consequências ainda não foram divulgadas, pelo menos até a publicação deste artigo. Antes da morte de Eduardo a expectativa era que o programa tv aumentasse a vantagem de Dilma para Aécio e a as projeções para os outros candidatos, somadas, não garantissem o segundo turno. Com a alteração abrupta do quadro, todos aguardam as próximas pesquisas para saber se o segundo turno é certo e se alterou a colocação entre Marina e Aécio.
Enquanto as pesquisas não são publicadas para confirmar ou apontar novas tendências, retomemos o debate sobre o tema central de 2013 até os dias atuais, o sentido da mudança.
Nunca antes na história das eleições da república brasileira a palavra MUDANÇA teve tamanha importância e densidade como nestas eleições de 2014. Vejamos:
Em junho de 2013, milhões foram às ruas externalizar suas indignações, ainda que de forma difusa e horizontal. Até hoje este acontecimento provoca diferentes reações e análises sobre suas causas e conseqüências, mas já é possível indicar mudanças significativas que se expressaram nas ferramentas utilizadas para mobilizar as manifestações, na condução dos atos, nas organizações que dirigiram os atos, nos novos grupos que surgiram nas manifestações, no uso deliberado da violência por determinados grupos do movimento e a pergunta que não quer calar: qual a capacidade desse movimento promover mudanças nas eleições de 2014?
Antes se faz necessário estabelecer um diferencial com as opiniões e ou elaborações sobre as motivações das mobilizações de 2013. Não pactuo com as teses conspiratórias, muito menos as de que o conteúdo das passeatas era contra a Dilma. Uma coisa é o que representa o povo na rua, isto será desenvolvido na continuidade deste artigo, outra coisa é a ação dos meios de comunicação.
Não é novidade para ninguém que os grandes meios de comunicação de massa cumprem papel na luta política e ideológica e constituem uma força própria no jogo de poder. As perguntas a serem respondidas sempre serão: a serviço de quem, do que e de qual projeto?
Em nosso país é inequívoco o lado que os meios de comunicação assumiram nos últimos 12 anos, assim como, no último ano se colocou como o porta voz das mudanças “necessárias”. Para isso não mediu esforços no desgaste da imagem do governo LULA e do governo Dilma, com a finalidade de derrotar a mesma e eleger alguém alinhado(a) a sua ideologia política, econômica e social.

Afim de ajudar nesse objetivo, apoiaram, disputaram ideologicamente as manifestações e de forma indireta incentivaram o uso da violência, buscando criar um ambiente de instabilidade política para desgastar Dilma e seus aliados. Caso exista dúvida sobre isso basta comparar a cobertura e as edições sobre as manifestações em São Paulo e no Rio de Janeiro, a diferença era gritante. Só depois da morte de um profissional da imprensa que os grandes meios de comunicação de massa mudaram sua posição no que diz respeito ao uso da violência por manifestantes. Continua...

terça-feira, agosto 19, 2014

Qual sentido da mudança?

Dentro de uma semana começa a campanha eleitoral na televisão e no radio. Para muitos essa fase da campanha é a decisiva, consolida ou muda os rumos e as tendências eleitorais.
Participo de campanhas eleitorais desde 1989, época da Frente Brasil Popular, e observei neste período como as eleições em nosso país foram, paulatinamente, assumindo as características das campanhas eleitorais norte americanas, ou seja, o centro do debate é a questão da moralidade, os marketeiros assumiram o controle, os meios de comunicação de massa funcionam como autênticos partidos, crescente insatisfação do eleitorado com índices de abstenção ou voto nulo aumentando de pleito em pleito e pouca nitidez política e ideológica dos partidos.
Participei também de todos os grandes movimentos de massa de 1989 até a atualidade e neles sempre estiveram presentes as idéias de espontaneidade, sentimentos ante partidos, entre outras correntes de pensamento. O Fora Collor foi, talvez, o prenuncio de que alguma coisa precisava ser mexida. Além dos meios de comunicação disputar palmo a palmo, ideologicamente, os rumos do movimento, já era latente nesta época uma insatisfação com o modo operante do movimento social organizado. Naquele tempo, por mais que existissem divergências, a unidade do movimento era construída na política, e, além disso, as correntes de pensamento hegemônicas no movimento nunca perdiam um debate para turma da negação da política. Hoje o principal argumento utilizado é a truculência, a intimidação, a exclusão do diferente até mesmo a violência.
Entre 1989 e 2014, entramos na lógica neoliberal e tentamos a muito custo superar. O período Collor introduziu o Brasil na era das privatizações, Itamar deu um freio de arrumação da casa com Plano Real, FHC sacramentou a aplicação do receituário de Washington. Lula em seu primeiro mandato reordenou a casa, no segundo ampliou conquistas sociais e investiu no mercado interno. Dilma conduziu o PAC, realizou a Copa do Mundo, decidiu sobre a aplicação dos recursos do Pré sal e tantos outros avanços importantes.
Em 2013, apesar de avançarmos muito em 12 anos de governo progressista, milhões foram às ruas demonstrar sua insatisfação. A pergunta é: com o que?
A resposta de alguns foi caracterizar de “coxinhas” ou afirmar que a classe média tradicional estava na rua para derrubar Governo Dilma e que isso fazia parte de uma conspiração internacional. Não compactuo com essa tese. Acredito ser mais rico para o debate fugir dos estereótipos, ainda mais quando o comando das manifestações trazia uma “mudança”. Essa palavra esta sendo usada pela direita e pela esquerda no processo eleitoral de 2014, é a palavra da moda para tentar interpretar as mobilizações de 2013.
A direita diz que mudança é derrotar o PT, a esquerda diz que mudança é avançar mais.

Afinal qual o sentido da mudança? Quem souber responder com mais clareza conquistará o eleitor. Continua...  

domingo, junho 22, 2014

GREVE dos PROFISSIONAIS da EDUCAÇÃO RJ

O MOVIMENTO PRÓ CNTE E A GREVE DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO: UM PRIMEIRO BALANÇO



 Este texto apresenta algumas ideias defendidas pelo movimento Pró CNTE durante a greve dos profissionais da educação das redes municipal e estadual do Rio de Janeiro. Uma greve muito dura diante da intransigência dos governos, mas também marcada por um comportamento intolerante e sectário de grupos e indivíduos que não contribui para a aproximação do conjunto da categoria do nosso sindicato. Por avaliar que as divergências, mais do que saudáveis, são fundamentais para a construção de um movimento sindical democrático, consciente, independente e de luta, expomos aqui a nossa visão política sobre os passos dados até o momento.

A DEFLAGRAÇÃO DA GREVE NAS REDES MUNICIPAL E ESTADUAL
Desde a realização do primeiro encontro no ano de 2014, defendemos a separação das assembleias e da decisão sobre a deflagração das greves nas redes municipal e estadual. Em nossa avaliação, e com muitas dúvidas, o movimento no município não seria tão forte quanto o do ano passado, e, certamente, o estado não possuía nenhuma condição de aderir a um movimento grevista.
Acreditamos em lutas e atividades unificadas, mas defendemos que as assembleias se realizem separadamente, em cada rede de ensino, resguardando as especificidades e autonomia das mesmas, pois os ritmos são distintos, assim como a situação específica da sua pauta. Um exemplo disso foi a não participação do SEPE nos grupos de trabalho do estado devido à presença da UPPE neste fórum, para nós, mais um dos equívocos aprovados em assembleia, com o apoio da direção central.

O STF E A JUDICIALIZAÇÃO DA GREVE
O sindicato errou ao não participar da audiência convocada no STF pelo ministro Fux. Esta postura equivocada, no entanto, deve ser compartilhada pela direção do sindicato – com medo de sofrer mais um desgaste – e pelo comando de greve – argumentando que esta ação substituiria a luta. O resultado foi desastroso: deixou o movimento da educação numa situação delicada, dando armas necessárias para o ataque governamental com o respaldo da justiça.
Esta polêmica esteve presente durante toda a greve: qual é o papel do DJ na luta dos profissionais da educação? A ação do jurídico não substitui a nossa mobilização, mas uma boa atuação do mesmo pode nos fortalecer. E muito. A greve do ano passado foi um exemplo claro, realizada, logo de início, com a proteção de uma medida cautelar que impedia, preventivamente, cortes de ponto. Com esta convicção, propusemos, nas várias assembleias que antecederam a greve, o acionamento do departamento jurídico do sindicato para que ele cumprisse a sua função: o questionamento da legalidade de alguns pontos do plano de carreira da rede municipal (aprovado desde o ano de 2013) e a medida cautelar preventiva.
Todavia, a maioria da direção calou-se. Até hoje, não anunciou para os profissionais da educação que não há ação questionando a legalidade do plano. Além disso, os setores extremistas defenderam, e foram vitoriosos com o apoio da categoria em assembleia, a ideia de que “não poderíamos judicializar a greve”, pois o fundamental eram as “ações diretas”.
Dúvidas pairavam no ar quanto ao comparecimento do SEPE na reunião convocada pela desembargadora Leila Mariano. Mas, naquela altura do campeonato, sem qualquer negociação e com o movimento fazendo água no estado, a categoria não titubeou e aprovou a ida ao tribunal.

OS EIXOS DA GREVE E O “NÃO VAI TER COPA”: OUTRA POLÊMICA
Nas assembleias travamos uma polêmica que, aos poucos, se tornou clara para os profissionais da educação: os eixos de nossa greve deveriam se concentrar em nossa pauta de reivindicações e não na adesão ao movimento “não vai ter copa”. Contrapondo-se à lógica, até então predominante, que priorizava a realização de atos que chamassem a atenção da mídia internacional e nacional e dos turistas que estavam no Brasil para assistirem a copa do mundo, defendemos a centralidade da “negociação já” e da construção de ações que efetivamente pressionassem os governos municipal e estadual.
Embora o slogan “Não vai ter copa” jamais tenha sido aprovado, ele ecoava como uma das principais palavras-de-ordem das passeatas, definindo, inclusive, a escolha dos atos que seriam realizados. O confronto revelou-se claro quando os setores mais extremistas do comando de greve propuseram uma passeata até o Maracanã. Não havia mais dúvidas. Diante de uma greve que já fazia água, eles foram derrotados pela categoria que já vislumbrava o impasse e o endurecimento dos governos, e desejava concentrar-se na luta concreta de suas reivindicações. Embora fosse uma sexta-feira, representantes da categoria conseguiram ser recebidos na prefeitura, e arrancaram através desta mobilização a última reunião realizada antes do recesso.
Para nós, a opção por este eixo subordinava a nossa greve a uma lógica equivocada de partidarização e de confronto com a maioria da população, isolando-nos da sociedade e dos próprios profissionais da educação. Nossos colegas também têm críticas aos excessivos gastos efetivados para a realização da copa do mundo, à diminuição dos investimentos da prefeitura e do governo do estado nas áreas de educação e de saúde e à grande intromissão da FIFA na condução do próprio evento. Mas não queriam fazer uma greve contra a copa do mundo.

OMISSÃO DE ALGUNS E CONIVÊNCIA DE OUTROS
Em diversas assembleias a categoria sentiu falta da presença e do posicionamento de diversas forças políticas do sindicato. Assim, tornou-se nítida a clara OMISSÃO da maioria da direção do SEPE (PSTU – Psol) que não apresentara política para o movimento e, em alguns casos, sequer se inscreveu para travar o debate de ideias.
Por outro lado, mais do que omissão, lideranças desta direção foram CONIVENTES com as ações defendidas por segmentos extremistas, embarcando na dinâmica conferida pelo comando de greve numa postura oportunista de ganhar novos militantes desta vanguarda para as suas correntes.
É preciso fazer justiça e assinalar que alguns setores do sindicato (como a regional VII e o núcleo de Duque de Caxias, por exemplo), desde o início do movimento se posicionaram criticamente à condução desta greve, comprando o barulho conosco em diversos momentos da luta.

UMA GREVE SE FAZ SEM ÍNDICES E SOMENTE COM A VANGUARDA?
Disseminou-se entre os ativistas do SEPE a ideia de que a atual greve era qualitativamente superior ao grande movimento paredista da rede municipal do RJ em 2013. Muitos defendem a ideia de que a greve de 2014 é mais objetiva, e que a mesma não ficava de “pires na mão”, mendigando audiências. Por fim, se uma greve enorme “não dera em nada” (mais uma polêmica a ser travada quanto aos ganhos do movimento do ano passado), uma greve pequenina poderia arrancar vitórias.
Desde o início os índices foram simplesmente negligenciados. Visão esta compartilhada pela maioria do comando de greve e da direção do SEPE. No início, as debilidades foram imputadas à greve dos rodoviários. Depois, quem apresentava números de paralisação tornava-se um divisionista do movimento. E as assembleias se repetiam: em diversos núcleos, reuniões de cinco, seis, dez profissionais que decidiam pela continuidade da paralisação. Uma máxima se consolidou nesta greve: os índices não importavam. E fizemos pela primeira vez uma luta na qual núcleos e regionais em sua esmagadora maioria não apresentaram a porcentagem de grevistas nas suas regiões.
Outra polêmica está instalada no interior do nosso movimento, e ela precisa ser discutida com profundidade pelo sindicato. As greves de vanguarda foram questionadas no movimento dos trabalhadores por diversos revolucionários. Afinal, quem é esta vanguarda, senão aqueles professores e funcionários que, como base ou direção, se tornam lideranças em suas escolas, participam das atividades e sustentam a luta política? A greve feita apenas pela vanguarda, apesar de valorosa, leva ao descolamento da mesma do restante da categoria. Fica longe dos anseios dos profissionais da educação e não consegue mais representá-la. Por isso, uma boa greve é sempre uma ação de massas, que envolva boa parte da categoria, e que traga para o movimento o conjunto das contradições de um grupo tão heterogêneo quanto o nosso.

OS RUMOS DA GREVE NO RECESSO DE JUNHO
A Assembleia do dia 05 de junho revelou-se um golpe. A direção do SEPE central e o comando de greve convocaram o encontro para a ABI, no centro da cidade, cientes de que o local não comportaria o contingente de profissionais da educação paralisados, apesar do esvaziamento da mesma. Aquele era o momento que antecedia o recesso da copa do mundo, e a categoria, já observando o enfraquecimento da greve, pretendia fazer uma discussão mais aprofundada sobre os rumos do movimento. Os profissionais da educação na ABI se surpreenderam com o fato consumado: realizar uma assembleia em local aberto – o pátio do MEC – com um carro de som de passeata de 100 pessoas!
Perplexos, diversos professores e funcionários perceberam definitivamente que a greve estava sem rumo e que os métodos utilizados ameaçavam a nossa unidade. Como realizar uma boa discussão numa assembleia dispersa, na qual as pessoas sequer se ouviam? A categoria também vinha denunciando crescentemente as posturas de intimidação empregadas por colegas de profissão para acuarem aqueles que estavam contrários à paralisação, ou que simplesmente possuíam DÚVIDAS ou OPINIÕES DIFERENTES quanto aos rumos da greve: diante de xingamentos, vaias e patrulhamento de posições muitos preferiram não mais participar. O resultado desta assembleia foi o acirramento da desconfiança e o retorno ao trabalho de muitos ativistas históricos do nosso sindicato, que optaram por se retirar do movimento.
A aprovação de uma nova assembleia no dia 13 de junho colocou a todos em greve no recesso, selando a vitória dos setores extremistas. Mais uma vez a maioria da direção do SEPE não dirigiu nada. Foi conivente, mesmo tendo ciência da gravidade da nossa situação. Assim, preferiram se calar ou votar junto com o comando de greve. Em nossas falas de avaliação, defendemos a suspensão da greve avaliando que a continuidade da mesma durante o recesso só nos enfraqueceria, e abriria mais uma porta para o ataque do governo, cortando o ponto com uma reação menor.
Na assembleia do dia 13 de junho, a situação se agravou. O número de profissionais que participaram da assembleia unificada não chegava a 800. Havia a presença de muitas pessoas claramente “de fora da categoria”. A mudança de postura de diversos setores do SEPE quanto à continuidade da greve acirrou o debate que, mesmo assim, sofrera uma nova derrota, deliberando por um novo encontro somente no dia 03 de julho, no retorno das aulas da rede municipal RJ.


Todas as ideias aqui apresentadas foram defendidas nos diversos fóruns da categoria. O Movimento PRÓ CNTE comportou-se de forma transparente no transcorrer desta greve. Fomos claros, expusemos as nossas posições e divergências. Apesar das atitudes sectárias, dos achincalhes e até humilhações, o nosso movimento sempre manteve o seu compromisso de luta com a categoria, percorrendo escolas para fortalecer a greve e subordinar-se às decisões das assembleias.
Estamos preocupados com os rumos do movimento dos profissionais da educação nos últimos anos. Esta greve poderia conquistar toda a sua pauta de reivindicações, mas ela já nasceu derrotada: a intolerância e o sectarismo derrotaram a nossa mobilização. Uma greve na qual a posição divergente não é tolerada, na qual muitos profissionais da educação se sentem coagidos, intimidados e que tem medo dos próprios companheiros de profissão e de luta. Na qual o facebook vira um espaço de humilhação e o patrulhamento ideológico permite a exposição gratuita de pessoas. Uma greve na qual profissionais votam pela continuidade da mesma sem estar em greve, não se comprometendo com a decisão coletiva.
Esta greve derrota a luta dos trabalhadores que devem se pautar por um outro tipo de atitude: coletiva, solidária, tolerante e respeitosa com a divergência. O comportamento de diversos professores e funcionários nesta greve (já iniciada na anterior) não tem nada de revolucionário. Assim, o movimento dos trabalhadores deve repudiar qualquer tipo de prática autoritária, sectária, de um heroísmo individualista que já foi caldo para o surgimento dos fascismos. Aqueles que são omissos ou coniventes com estas posturas também contribuem para levar o movimento para o abismo e para a perda a médio prazo de uma nova geração, lutadora e questionadora, que surgiu no movimento da educação.

O movimento PRÓ CNTE defende:
SUSPENSÃO IMEDIATA DA GREVE com a retomada do ESTADO DE GREVE, e a convocação de assembleias separadas das redes estadual e municipal do RJ após o recesso;

Uma ação jurídica RÁPIDA do sindicato na defesa dos profissionais que já estão sob inquérito;

O pagamento pelo SEPE do salário dos profissionais da educação que se encontram com o ponto cortado e o contracheque zerado devido à greve de 2014;

Dirigir-se às bancadas legislativas na ALERJ e na Câmara dos vereadores com o intuito de reverter as punições impostas pelos governos estadual e municipal;

Solicitar formalmente o APOIO da única entidade nacional dos profissionais da educação básica e pública do Brasil, a CNTE, visando a reabertura de negociações com os governos;

Aprovar, juntamente com o comando de greve, a convocação de uma ASSEMBLEIA EXTRAORDINÁRIA da categoria, pois o fato novo são os inquéritos que crescem em número nas redes municipal e estadual;

Efetivar o credenciamento dos profissionais da educação para participar das assembleias.


MOVIMENTO PRÓ CNTE

quarta-feira, maio 28, 2014

Os desafios da Aliança Popular para mudar o RJ


Por João Batista Lemos, Presidente estadual do PCdoB/RJ

Recentemente foi lançada a frente de esquerda, denominada Aliança Popular, com PT, PV e PCdoB pela eleição de Lindberg Farias para o governo do estado do RJ. Neste momento os partidos da frente se empenham para ampliar ainda mais a união de forças por reais transformações no dia a dia dos fluminenses. A frente em torno de um projeto político comum é um passo importante, porém, ainda insuficiente para o tamanho dos desafios que a batalha eleitoral nos apresenta.

Isso porque não basta dizer que estamos juntos. É preciso amalgamar esta aliança com o povo, os trabalhadores, a juventude e a intelectualidade no processo de construção de nosso programa de governo. Uma frente de verdade também se constrói de baixo para cima, buscando espaços para a convivência, elaboração e ações capazes de nos preparar para realizarmos juntos as mudanças que o Rio precisa. A força de nosso futuro governo começa a ser forjada agora, durante a nossa campanha.

Neste sentido, devemos atuar em todos os espaços da frente que já estão em curso. Também podemos propor novos espaços para temas ainda não contemplados. O mais importante é incorporarmos a ideia de que compomos uma frente. Nesta campanha não somos apenas um, mas um conjunto de partidos comprometidos com uma nova lógica de governo, mediadores da construção de uma nova cultura política, onde a população não será apenas vítima de um projeto negociado nas dependências do Palácio Guanabara, mas parte da elaboração, execução e fiscalização de um novo projeto para o Rio, mais democrático, participativo e popular.

Para tanto, o movimento de construção da frente tem que estar em sintonia com pelo menos três objetivos igualmente importantes. Um: assegurar a quarta vitória do povo com a reeleição da presidenta Dilma. Dois: eleger governos estaduais e parlamentares comprometidos com as reformas de base do século 21. Três: fazer vitorioso o projeto político do PCdoB para o Brasil, elegendo aqui no Rio dois deputados federais e três estaduais. Além disso, surge com otimismo a possibilidade da candidatura da deputada federal Jandira Feghali para o Senado. É uma questão que o partido está avaliando com carinho e rigor.

São objetivos que veem na eleição de 2014 uma grande oportunidade para fortalecer a convicção por mudanças estruturais no Brasil, mudanças estas que também dependem de uma nova correlação de forças. Enquanto empresários, banqueiros e latifundiários representarem mais de 70% do parlamento, nem o Congresso será efetivamente a casa do povo, nem o governo poderá ser expressão da sua legítima vontade.

O Rio de Janeiro joga um grande papel nesta história. Somos o segundo PIB da sétima economia mundial. Sediaremos a Copa e as Olimpíadas. Somos um dos símbolos mais presentes da cultura brasileira no exterior. E somos também a capital tupiniquim da revolta social.

Na comparação entre seis regiões metropolitanas (RJ, SP, BH, BSB, POA e REC), o Rio de Janeiro foi o estado com maior insatisfação com relação aos serviços públicos. A Saúde e a Segurança foram reprovadas por 84%. A insatisfação de 77% dos ouvidos com o Transporte só perde para Brasília, com 82%. Na educação, serviço com melhores resultados, o Rio é o que tem o pior: 71% se disseram insatisfeitos.

Por estes e outros motivos, o Rio realizou as maiores manifestações de junho e permanece, até o momento, com diversas categorias em estado de greve e mobilização. 

Esta insatisfação tende a ser o centro da batalha eleitoral e não podemos subestimar a capacidade das elites em manipulá-la para a defesa de seus interesses privados. A denúncia, realizada pelo carioca Jeferson Monteiro, autor do perfil “Dilma Bolada”, de que o PSDB estaria comprando a peso de ouro páginas com grande audiência no Facebook para entregá-las a publicitários dedicados a usá-las contra a presidenta Dilma é apenas um detalhe do jogo baixo que a oposição, aliada à mídia e ao poder econômico, está fazendo na disputa deste ano.

Disputa esta que é motivo de tensionamento não só no Brasil, mas também na América Latina e no mundo. A tentativa de golpe contra o presidente Maduro na Venezuela se insere neste cenário. São sinais da contraofensiva do capital financeiro diante da crise sistêmica do capitalismo. Crise esta que aponta para uma mudança na geopolítica mundial. O centro da economia está se deslocando para o Leste da Ásia. A previsão é que em 30 anos a China passe a liderar a economia no mundo, um verdadeiro pesadelo para as potências imperialistas.

Aqui no Brasil, Aécio Neves é quem representa os interesses do capital financeiro destas potências. Daí a nossa grande diferença. Não temos a mídia, a justiça ou o poder econômico. Mas temos o legado de 11 anos de realizações à frente do governo. Em 2002, quando assumimos o governo, o investimento na Saúde era de R$ 28,5 bilhões. Até agora, em 2014, foi de R$ 106 bilhões. Enquanto que em 2002 a população miserável somou 28 milhões, em 2012 era de 15. FHC gerou 5 milhões de empregos. Lula e Dilma 15 milhões. Enfim, são muitas as realizações que comprovam a força de nossas ideias e propostas, o exemplo de nossas práticas e a histórica de quem sempre lutou por condições dignas de vida e pela conquista do socialismo.

Sim, a luta é desigual. Mas com muita política, iniciativa, disposição e protagonismo podemos superar as dificuldades e garantir as mudanças que todos precisam. Por isso, em cinco de outubro vamos decidir se vamos avançar ainda mais com as conquistas democráticas e sociais, realizando as reformas de base do século 21, ou se vamos andar para trás, para o Brasil do desemprego e do apagão do PSDB de Aécio Neves.

Neste sentido, ganha importância a eleição aqui no Rio. A frente que está sendo construída aqui tem que estar em sintonia com estes desafios. A vitória de Lindberg transcende o Rio, está conectada com este grande projeto de integração e desenvolvimento da América Latina. Ela é parte fundante deste novo tempo que queremos construir para o nosso estado e para o nosso país.

Por fim, para que possamos contribuir com os desafios apresentados é preciso ter um PCdoB forte e unido, estruturado a partir de comitês municipais apoiados por distritais, organizações de base e coletivos partidários. Esta estrutura é que garantirá um partido vivo, que expresse a nossa diversidade e seja um poderoso instrumento da nossa luta por mais conquistas.

Para tanto, é preciso compreender que nos organizamos em atividades. Este é o momento para construirmos os comitês eleitorais em conjunto com nossos amigos e simpatizantes em nosso bairro, na nossa cidade, nas escolas, universidades, fábricas, praças. Essa é a hora de promovermos jantares e festas para fortalecer as finanças de nossos candidatos. Vamos ser criativos. Vamos resignificar a nossa identidade de esquerda respondendo à crise de representatividade com novas práticas políticas. Não podemos nos acomodar. A batalha eleitoral de 2014 já está a todo vapor.  Mãos à obra!   

quarta-feira, maio 14, 2014

Os “macacos”, D.G. e a mesma hipocrisia

Assim conclui a primeira parte do artigo, publicado dia 28 de abril de 2014: “...Para encerrar está primeira parte não posso deixar de fazer um breve comentário sobre o show de hipocrisia neste domingo. Não me refiro as legítimas e calorosas homenagens a DG, mas sim ao chamado que determinado meio de comunicação de massa fez a sociedade, escalando seus ícones para dizer em cadeia nacional que sua morte representa um problema nacional. Continua...”
Depois desse domingo (27/04) nada mais foi dito sobre a vítima, os responsáveis e o “referido problema nacional”, um silêncio ensurdecedor. Óbvio que em ano de eleição presidencial o PIG (Partido da Imprensa Golpista) não deixou passar a oportunidade de fustigar a Presidenta Dilma, induzindo o telespectador, com mensagem subliminar, a pensar que o governo federal é o responsável pela onda de violência.
É verdade, existe um problema nacional e não é o governo federal. É sim o preconceito e o racismo dissimulado, escondido, velado que só “aparece” uma vez ou outra, quando um funcionário da Globo é assassinado, quando um jovem negro ator da Globo é preso arbitrariamente ou quando jogam banana em jogadores latinos ou africanos . Fora isso, são “apenas” milhares de jovens negros assassinados diariamente e nenhum canal de televisão ou grande jornal se preocupa em saber onde, quando, como e por quê?. São os milhares de Silvas negros, mulatos, índios ou “macacos”, invisíveis da sociedade capitalista, mercadorias para manchetes sensacionalistas, que buscam vender jornal ou aumentar o ibope.
A violência do Estado, dos bandidos e do sistema social vigente que atinge os jovens, em particular os jovens negros, não são fatos inéditos e muito menos começaram a existir na ultima década. Querer emplacar um discurso oposicionista através da morte de DG é oportunismo, sensacionalismo barato e desespero eleitoral.
No Brasil o racismo é velado. O debate sobre cotas no Brasil é um bom exemplo para demonstrar como isso acontece. O principal argumento contra até hoje, é que o uso do critério da cor ou raça é criar uma realidade que não existe no nosso país, na nossa cultura, ou seja, o racismo. Para esses quero apenas recuperar a memorável passagem do escritor brasileiro, Jorge Amado, onde está límpida e transparente a ação racista: “...Mais uma vez escrevi ser a África o nosso umbigo. Como sensibilidade, maneira de ver a vida e o mundo, forma de reagir aos acontecimentos, de viver e conviver, de pensar e agir, somos pelo menos tão africanos quanto ibéricos. Definitivamente foi a contribuição dos negros para formação da nossa cultura nacional. Apesar da terríveis, monstruosas condições em que a cultura negra se encontrou no Brasil ao desembarcar dos navios negreiros - nas condições de cultura de escravos, vilipendiada, desprezada, combatida à morte, violada, cuja substituição violenta, na base do cacete e do batismo, foi tentada quando os senhores de escravos quiseram impor aos negros, íntegra, a cultura dos colonos, da língua aos deuses...”. (Bahia de Todos os Santos, pag.34)
Fico imaginando qual o objetivo do brilhante marqueteiro quando elaborou o slogan “Somos todos macacos”. Aqui no Brasil só vi celebridades, por ordem do chefe, fazendo a campanha. Os verdadeiros donos do capitalismo não vi ninguém. Toda Europa deve ter aplaudido de pé, e concordado, pois mesmo depois de toda repercussão negativa, repetiram neste final de semana, agora na Itália, o ato de jogar banana para um negro.
Realmente nosso problema é nacional: a pseudo elite “civilizada”, lambe botas da civilização anglo-saxônica. Não é possível mais transigir princípios, necessitamos de campos bem claros e demarcados, o povo pede isso. 

terça-feira, maio 13, 2014

Os “macacos”, D.G. e a mesma hipocrisia


Assim conclui a primeira parte do artigo, publicado dia 28 de abril de 2014: “...Para encerrar está primeira parte não posso deixar de fazer um breve comentário sobre o show de hipocrisia neste domingo. Não me refiro as legítimas e calorosas homenagens a DG, mas sim ao chamado que determinado meio de comunicação de massa fez a sociedade, escalando seus ícones para dizer em cadeia nacional que sua morte representa um problema nacional. Continua...”
Depois desse domingo (27/04) nada mais foi dito sobre a vítima, os responsáveis e o “referido problema nacional”, um silêncio ensurdecedor. Óbvio que em ano de eleição presidencial o PIG (Partido da Imprensa Golpista) não deixou passar a oportunidade de fustigar a Presidenta Dilma, induzindo o telespectador, com mensagem subliminar, a pensar que o governo federal é o responsável pela onda de violência.
É verdade, existe um problema nacional e não é o governo federal. É sim o preconceito e o racismo dissimulado, escondido, velado que só “aparece” uma vez ou outra, quando um funcionário da Globo é assassinado, quando um jovem negro ator da Globo é preso arbitrariamente ou quando jogam banana em jogadores latinos ou africanos . Fora isso, são “apenas” milhares de jovens negros assassinados diariamente e nenhum canal de televisão ou grande jornal se preocupa em saber onde, quando, como e por quê?. São os milhares de Silvas negros, mulatos, índios ou “macacos”, invisíveis da sociedade capitalista, mercadorias para manchetes sensacionalistas, que buscam vender jornal ou aumentar o ibope.
A violência do Estado, dos bandidos e do sistema social vigente que atinge os jovens, em particular os jovens negros, não são fatos inéditos e muito menos começaram a existir na ultima década. Querer emplacar um discurso oposicionista através da morte de DG é oportunismo, sensacionalismo barato e desespero eleitoral.

No Brasil o racismo é velado. O debate sobre cotas no Brasil é um bom exemplo para demonstrar como isso acontece. O principal argumento contra até hoje, é que o uso do critério da cor ou raça é criar uma realidade que não existe no nosso país, na nossa cultura, ou seja, o racismo. Para esses quero apenas recuperar a memorável passagem do escritor brasileiro, Jorge Amado, onde está límpida e transparente a ação racista: “...Mais uma vez escrevi ser a África o nosso umbigo. Como sensibilidade, maneira de ver a vida e o mundo, forma de reagir aos acontecimentos, de viver e conviver, de pensar e agir, somos pelo menos tão africanos quanto ibéricos. Definitivamente foi a contribuição dos negros para formação da nossa cultura nacional. Apesar da terríveis, monstruosas condições em que a cu

terça-feira, abril 29, 2014

A Morte de D.G., a UPP e a hipocrisia do sistema

A morte do dançarino DG, na comunidade do Pavão Pavãozinho, zona sul do Rio de Janeiro, põem as UPP’S, mais uma vez, no centro do debate sobre sua eficácia.
Vou começar pela hipocrisia, ou pelo show, promovido pelas diversas declarações sobre o acontecido. O noticiário está cheio de afirmações sem a menor sustentação factual, apenas opiniões altamente emocionais de um lado, outras nitidamente já querendo defender a ação policial, outras querendo usar na disputa politica eleitoral e ainda as pressões internacionais questionando se o Brasil tem condições de oferecer segurança para Copa do Mundo.
As declarações, do Secretário Estadual de Segurança do Estado do Rio de Janeiro José Mariano Beltrame, demonstram claramente sua concepção de guerra, onde erros e mortes fazem parte do processo, ou seja, são meras estatísticas inseridas em busca do objetivo maior, a guerra contra o tráfico.  A questão central, da pseudo guerra, é que entre a policia e os traficantes existem moradores, trabalhadores, jovens, mulheres e crianças inocentes, que sempre são atingidas por “balas perdidas”. Esta população sobrevive à violência da policia de um lado e a do tráfico do outro.
A estratégia de ocupação territorial pelo Estado, conhecida popularmente como Unidade de Policia Pacificadora-UPP, inicia suas ações pela ocupação militar, seja estadual ou federal, para depois “introduzir políticas públicas mais estruturantes”. O seu primeiro ciclo de execução, que compreendeu “pacificar” o Complexo do Alemão, as comunidades do entorno do Maracanã, as comunidades da zona sul e o Complexo da Maré, está concluído. Embaladas pelas mortes que já não são isoladas, pela invasão dos bandidos foragidos para outros bairros e ou cidades ao redor do município do Rio de Janeiro e por motivações politicas, culminam por terminar a lua de mel entre sociedade e a politica de segurança pública de Cabral e Pezão.
O segundo ciclo começou fundamentalmente em função das mobilizações de 2013 que obrigaram o governo estadual a ampliar a zona de ocupação dentro do município do Rio de Janeiro, ampliar para baixada fluminense e para Niterói. Este movimento precisa ser acompanhado da efetiva aplicação de politicas publicas estruturantes que melhorem a qualidade de vida dos moradores dessas comunidades, pois até agora, na maioria das ocupações, o que chegou foi o braço armado do aparelho de Estado. Antes que usem o Complexo do Alemão para afirmar que politicas estruturantes existem, quero lembrar que existem só no Alemão, ainda falta muito para atingir toda comunidade e boa parte foi realizado com verba federal.
As imagens das forças de ocupação botando a bandidagem no Complexo do Alemão para correr representou um sopro de esperança para todos os cariocas. Este sopro de esperança está ameaçado, não só pela bandidagem, mas também por uma pitada de ingenuidade. Como é possível acreditar que, depois do Alemão, todas as ocupações da UPP aconteceram sem uma troca de tiros, foi “pacífico”? Aqui reside uma máxima, muito utilizada para ganhar a opinião publica: “o direito de ir e vir”. O objetivo inicial era acabar com a livre circulação e ostentação de armas de fogo no interior das comunidades e com isso os moradores sentirem o sabor de caminhar sem medo pelas ruas, vielas e becos. Não nego que isso seja uma importante conquista, mas não sou desses que acham isso a nona maravilha do mundo. O tráfico não acabou, continuou o comercio de drogas, as bocas continuaram funcionando e a violência assumiu novas formas. Se os bandidos foram postos para correr, quem assumiu a gerência?
A morte do DG para alguns foi uma fatalidade, para outros azar, estava no lugar errado na hora errada, para outros incautos ele estava fugindo da policia, pulando muros (está versão foi da mídia). Sinceramente, não me importa o que ele estava fazendo lá. Eu sei que o sobrenome dele era Silva. Quantos Silvas morrem diariamente e silenciosamente no Rio de Janeiro e quantos ainda irão morrer?

Para encerrar está primeira parte não posso deixar de fazer um breve comentário sobre o show de hipocrisia neste domingo. Não me refiro as legitimas e calorosas homenagens a DG, mas sim ao chamado que determinado meio de comunicação de massa fez a sociedade, escalando seus ícones para dizer em cadeia nacional que sua morte representa um problema nacional. Continua...

quarta-feira, abril 16, 2014

Para esquentar os tamborins antes da copa.

Antes de começar a copa do mundo, ainda será possível escrever alguma coisa sobre a sucessão de 2014. Para iniciar, publicarei uma parte do documento que fiquei com a responsabilidade de escrever em preparação ao congresso da CTB-RJ de 2013. As outras serão publicadas no decorrer das semanas e não seguirão a ordem original do texto. Começarei por um breve resumo da evolução do quadro de forças do Estado do Rio de Janeiro. Boa leitura. A crítica é livre. 

UM BREVE RESUMO da DISPUTA POLITICA no ESTADO do RIO de JANEIRO

1)      A primeira vitória de Lula (2002) teve como aliados, no primeiro turno, PCdoB, PL, PCB, PMN e Antony Garotinho, candidato a presidente pelo PSB, no segundo turno. Aqui no Estado venceu Rosinha Garotinho, candidata pelo PSB, em disputa com Benedita pelo PT e Solange Amaral (PFL/PMDB/PSDB). 
2)      A vitória do PSB garantiu a continuidade da politica de rompimento com a estagnação econômica fluminense, principalmente na recuperação da área metalúrgica, em particular a indústria naval, na capital, região metropolitana e Angra dos Reis, iniciada por Antony Garotinho. Infelizmente o reaquecimento deste ramo, embora seu impacto positivo seja visível e significativo, não foi suficiente para reverter o quadro geral na economia do Estado.
3)      Na reeleição de Lula em 2006, a disputa foi com Geraldo Alkmin (PSDB/PFL). Enquanto isso aqui no Estado, Sergio Cabral (PMDB) disputa, no primeiro turno, com a esquerda, Wladimir Palmeira (PT, PCdoB e PSB) e a aliança de direita, Denise Fossar (PPS, DEM e PV). O PSDB lança Eduardo Paes candidato a governador. No segundo turno sai vitoriosa a aliança de centro/conservadora de Sergio Cabral, com apoio da frente de esquerda (PT, PCdoB). Cabral pede voto para Lula no segundo turno. O PMDB passa a ser base do governo federal.
4)      Na eleição de Dilma (2010) o PMDB entra formalmente na aliança, indicando Michel Temer para vice-presidente. Nesta composição o centro da aliança passa a ser PT/PMDB, mudando seu contorno e as contradições no seu interior. É formada uma maioria heterogênea que incorpora forças de esquerda, de centro e até segmentos mais conservadores. No Estado do Rio, Cabral é reeleito no primeiro turno com apoio dos partidos de esquerda da base do governo federal.
5)      Na capital do Rio de Janeiro, centro econômico, do estado, principalmente da região metropolitana, a comando da prefeitura esteve sob controle dos setores de centro/direita, que pese a dança de filiação partidária ocorrida neste período.
6)      Cesar Maia foi eleito em 1992 pelo PMDB, elegeu Conde pelo PFL em 1996, se elegeu novamente em 1999 pelo PTB e se reelegeu em 2004 pelo DEM, perdendo a eleição para Eduardo Paes (PMDB) em 2008, que disputou com seu filho Rodrigo Maia (DEM). Em 2012, Eduardo Paes é reeleito, no primeiro turno, com uma ampla aliança, também heterogênea que incorpora forças de esquerda, de centro e até segmentos mais conservadores.
7)      No Estado do Rio de Janeiro os segmentos de centro e conservadores, ainda são a maioria na aliança, conduzem a maioria das prefeituras e o governo estadual. É preciso ressaltar o crescimento dos partidos de esquerda da base do governo: PT, PCdoB, PSB e PDT. Pela oposição de esquerdista, fato isolado no quadro nacional, o crescimento do PSOL.
8)      É preciso recuperar como esta nova hegemonia foi construída. Uma das teses que a direita, o centro e os e demais conservadores utilizaram para começar a hegemonizar o Estado do Rio de Janeiro foi questionar sua tradição oposicionista. Argumentaram que governos progressistas alimentavam essa postura que teve como consequência o isolamento e a falta de investimento do governo federal e da iniciativa privada.
9)      Outra critica utilizada para construir essa nova hegemonia foi acusar governos de esquerda de populistas, de deixar a violência dominarem a realidade social e de décadas de estagnação econômica do nosso Estado.
10)   Para o bem ou para o mal, a estratégia foi bem sucedida. A expressão politica, contemporânea, dessa hegemonia conservadora esta sintetizada na máxima: união de governos, reforço fiscal e modernização da gestão pública. Esta afirmação é do Governador Sergio Cabral e do Prefeito Eduardo Paes. Esta síntese inicial serve apenas para abrir o debate do desenvolvimento do Estado.

terça-feira, janeiro 21, 2014

ROLEZINHO


As manifestações de 2013 colocaram na pauta a qualidade de vida do brasileiro.
Ninguém pode negar que a maioria do povo conquistou aumento de sua renda e com isso cresceu sua capacidade de consumo.
A questão central é perceber que só a capacidade de consumo não garante o aumento da qualidade de vida, mas já é o primeiro passo.
Nos últimos doze anos o Brasil cresceu com distribuição de renda real. Antes o Brasil crescia, mas não distribuía.
Graças a esta distribuição de renda o povão consegue viajar de avião, comprar carro zero, comprar sua casa própria e frequentar shoppings. Mas isso atrapalha o conforto e a segurança da nossa elite tosca que reclama dos aeroportos cheios, aviões lotados e do transito infernal em função do aumento de carros circulando.
Os shoppings foram concebidos como um lugar de qualidade, confortável e seguro, só que agora o povão tá dando um rolezinho por lá, isso deve ser de arrepiar.
No futebol surgiram as arenas padrão FIFA(conforto, segurança e qualidade). Como diria Nelson Rodrigues: A vida como ela é.
Qualidade de vida, conforto e segurança são para poucos, não é para todo mundo. Esse é o padrão FIFA, só para quem pode.
Publicado no http://jornalcampogrande.com/ 

terça-feira, janeiro 07, 2014

FELIZ 2014 !!!!!!!!!!!!!!!!!!


Receita de ano novo
Carlos Drummond de Andrade

Para você ganhar belíssimo Ano Novo cor do arco-íris, ou da cor da sua paz, Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido (mal vivido talvez ou sem sentido), para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ser; novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior) novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, mas com ele se come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha, você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, não precisa expedir nem receber mensagens (planta recebe mensagens? passa telegramas?)
Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido pelas besteiras consumidas nem parvamente acreditar que por decreto de esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente.

É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.

FELIZ 2014 !!!!!!!!!!!!!!!!