quinta-feira, maio 12, 2016

REFLEXÕES SOBRE O GOLPE no BRASIL

São muitas e vou, na medida do possível, escrevendo e publicando. A primeira reflexão que faço é sobre o papel do PMDB neste episódio.
Este partido que outrora era denominado MDB, que lutou contra a ditadura, mobilizou pelas diretas, que conduziu a assembleia nacional constituinte, ou seja, um dos pilares do processo de redemocratização, hoje é o partido que conspirou contra a constituição, derrubou um governo eleito, aplicou um golpe civil institucional e conduz pela terceira vez, na historia politica brasileira, uma pessoa ao cargo máximo da república de forma indireta. Sarney assumiu em função da morte de Tancredo Neves, Itamar Franco pelo impeachment legal e legitimo de Fernando Collor e agora pelo golpe civil institucional contra Dilma Rousseff, assume Michel Temer.
Esta trajetória por si só já é indício suficiente para analisar com mais profundidade está agremiação. Trago a luz outra constatação da postura que o PMDB assumiu durante o ciclo de desenvolvimento progressista, iniciado por LULA, continuado por Dilma, e por hora interrompido. Durante esses 13 anos de gestão do PT, o PMDB como base do governo se comportou como guardião das medidas neoliberais aprovadas no período FHC, não deixou que uma virgula desse esqueleto privatista fosse alterado. Além disso, é muito importante lembrar que todas as propostas de reforma encaminhadas ao parlamento, o PMDB foi o primeiro a barrar. Basta lembrar o tema reforma politica. Quem barrou o plebiscito? Quem obstruiu o andamento das propostas? Alguns dirão que foi o PSDB, mas é importante lembrar que foi o PMDB que barrou está, entre outras.
Para concluir está primeira reflexão, vale lembrar que Michel Temer, conspirador mor para derrubar Dilma Rousseff, foi vice de FHC e articulou para aprovar e executar a cartilha neoliberal em nosso país. Saudoso desse tempo, no final do ano passado elabora um programa, aprova na convenção nacional do PMDB e o batiza de “Ponte para o Futuro”, que na verdade é a retomada da agenda neoliberal e indica o rompimento com PT.

 É bom dizer que a oposição não aprovaria o impeachment sem o apoio do PMDB. É verdade que a oposição capitaneada pelo PSDB decidiu inviabilizar o governo de todos os jeitos e de todas as formas, mas volto a afirmar, sem o PMDB eles não conseguiriam. Existiram erros do PT, e serão motivos de minhas reflexões também, mas não são eles responsáveis pela traição cometida pelo PMDB. Isso é argumento daqueles que ainda possuem uma vã esperança de pescar dissidentes nesse lago já apodrecido.  Os que lá ainda persistem, o seja, os autênticos ou os verdadeiros democratas, precisam buscar novos rumos. O ciclo da redemocratização termina de forma melancólica para o PMDB. O partido da luta pela democracia, hoje é uma organização golpista e acaba de registrar na historia o maior ato de traição depois de Joaquim Silvério dos Reis.