Sou professor do ensino médio, da
rede publica estadual do Rio de Janeiro, Bacharel em Ciências Sócias e
Licenciado em Sociologia pela UFRJ. Senti-me obrigado a escrever sobre a MP que
altera o Ensino Médio brasileiro.
Primeiro deixo claro que a
situação do ensino médio não pode continuar como está, porém tenho provas e
convicção que a Medida Provisória, no seu mérito, é um engodo.
Para aqueles que não perderam a
memória, este quadro vem se deteriorando, pelo menos, desde a década de 80,
passando pela gestão FHC, onde criaram a meritocracia, sistema de analise de
desempenho, com metas e gratificações, como ferramenta para melhorar q
qualidade do ensino, resultado negativo.
Nos períodos Lula e Dilma não
romperam com a meritocracia, aperfeiçoaram, mas tomaram outras medidas de maior
envergadura como o piso nacional para o magistério, inclusão de sociologia e
filosofia no currículo pela portaria do CNE e a principal de todas foi aprovar
o investimento dos royalties do petróleo na educação, mas esse ciclo foi interrompido
pelo golpe
Essa gritaria hipócrita e
vigarista, em função do ensino médio, me cheira a politicagem da mais baixa
categoria. Parece que esta situação é uma novidade, ninguém sabia.
Chamo atenção para algumas
questões de forma superficial e inicial.
A primeira questão é a forma
autoritária, ou seja, editar MP para tratar de educação. Com essa iniciativa, as
conferências nacionais de educação que foram realizadas, perderam sentido, suas
resoluções rasgadas e jogadas na lata do lixo. Essa é mais uma prova do caráter
antidemocrático desse governo Temer. Canetada
não resolve nada.
A Segunda questão, segundo o
governo golpista a primeira versão da MP que retirava sociologia, filosofia,
artes e educação física estava errada, revisaram e aparentemente excluíram
apenas artes e educação física, mas mantiveram como obrigatórias, apenas,
português, matemática e inglês. É muita incompetência ou estão chamando nós
professores de jumentos.
A Terceira questão, aumentar a
carga horária para 1400 horas na escola, em princípio é positivo, mas a
realidade da maioria das escolas não comporta essa medida. Falta material,
falta profissional, falta investimento, falta tudo. Associado as medidas de
contenção de gastos proibindo novas contratações e proibindo o aumento de
recursos para educação, tal proposta é uma verdadeira fantasia.
No final da medida provisória
aparece aquilo que pouco está sendo debatido, o ensino a distancia na rede
regular do ensino médio. Eis aqui o X da questão. Todos os temas constantes
nessa MP estão diretamente ligados a sua implementação.
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