segunda-feira, setembro 26, 2016

MP do ENSINO MÉDIO-REALIDADE ou FANTASIA?

Sou professor do ensino médio, da rede publica estadual do Rio de Janeiro, Bacharel em Ciências Sócias e Licenciado em Sociologia pela UFRJ. Senti-me obrigado a escrever sobre a MP que altera o Ensino Médio brasileiro.
Primeiro deixo claro que a situação do ensino médio não pode continuar como está, porém tenho provas e convicção que a Medida Provisória, no seu mérito, é um engodo.
Para aqueles que não perderam a memória, este quadro vem se deteriorando, pelo menos, desde a década de 80, passando pela gestão FHC, onde criaram a meritocracia, sistema de analise de desempenho, com metas e gratificações, como ferramenta para melhorar q qualidade do ensino, resultado negativo.
Nos períodos Lula e Dilma não romperam com a meritocracia, aperfeiçoaram, mas tomaram outras medidas de maior envergadura como o piso nacional para o magistério, inclusão de sociologia e filosofia no currículo pela portaria do CNE e a principal de todas foi aprovar o investimento dos royalties do petróleo na educação, mas esse ciclo foi interrompido pelo golpe
Essa gritaria hipócrita e vigarista, em função do ensino médio, me cheira a politicagem da mais baixa categoria. Parece que esta situação é uma novidade, ninguém sabia.
Chamo atenção para algumas questões de forma superficial e inicial.
A primeira questão é a forma autoritária, ou seja, editar MP para tratar de educação. Com essa iniciativa, as conferências nacionais de educação que foram realizadas, perderam sentido, suas resoluções rasgadas e jogadas na lata do lixo. Essa é mais uma prova do caráter antidemocrático desse governo Temer.  Canetada não resolve nada.
A Segunda questão, segundo o governo golpista a primeira versão da MP que retirava sociologia, filosofia, artes e educação física estava errada, revisaram e aparentemente excluíram apenas artes e educação física, mas mantiveram como obrigatórias, apenas, português, matemática e inglês. É muita incompetência ou estão chamando nós professores de jumentos.          
A Terceira questão, aumentar a carga horária para 1400 horas na escola, em princípio é positivo, mas a realidade da maioria das escolas não comporta essa medida. Falta material, falta profissional, falta investimento, falta tudo. Associado as medidas de contenção de gastos proibindo novas contratações e proibindo o aumento de recursos para educação, tal proposta é uma verdadeira fantasia.

No final da medida provisória aparece aquilo que pouco está sendo debatido, o ensino a distancia na rede regular do ensino médio. Eis aqui o X da questão. Todos os temas constantes nessa MP estão diretamente ligados a sua implementação. 

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